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ZABALA, A. 1988, p. 23 |
A prática educativa:
unidades de análise
1-
Complexidade das variáveis que intervêm nos processos
educativos, tanto em número como em inter-relações.
2-
Atuação profissional baseada no pensamento prático,
mas com capacidade reflexiva.
2.1- Modelos de causa-efeito são
inviáveis. Modelos mais próximos à teoria do caos do que a modelos mecanicistas.
3-
2 grandes referenciais: (1) função social do
ensino; (2) conhecimento do como se aprende.
4-
Aula se configura como um microssistema
definido.
4.1- A intervenção pedagógica tem um antes e um
depois que se constituem em peças fundamentais em toda prática educacional:
planejamento_aplicação_avaliação.
4.2- Unidade mais elementar: atividade ou tarefa.
4.3- Unidade elementar ampliada: sequências de
atividades.
5- Sequências são um conjunto de atividades
ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos
educacionais, que têm um princípio e fim conhecidos tanto pelos professores
como pelos alunos. (p.18)
6- Dimensões
das sequências:
6.1- sintaxe, sistema social, princípios de
reação e sistema de apoio (JOYCE; WEIL, 1985)
6.2- controle, conteúdos, contexto,
objetivo/categoria, processos, apresentação/audiência
e registros (TANN, 1990)
6.3- meio do ensino/aprendizagem entre
alunos e professor e matéria, conteúdos de aprendizagem, e funções no processo
de aprendizagem (HANS AEBLI, 1988)
6.4- sequência de atividades de
ensino/aprendizagem, relações interativas, organização social da aula,
espaço-tempo, organização dos conteúdos, materiais curriculares, critérios de
avaliação (ZABALA, 1988)
7-
Referenciais: Dos referenciais iniciais(1) função social do
ensino; (2) conhecimento do como se aprende, são acrescentadas mais 4 fontes
referenciais:
7.1 - função social do ensino ⇰ 1) fonte sócio-antropológica
(concepção ideológica) e 2) fonte epistemológica (função do saber, dos
conhecimentos, as disciplinas, das matérias);
7.2 - conhecimento do como se aprende ⇰ 3)
fonte psicológica (como as aprendizagens se produzem) e 4) fonte didática (decisões
didáticas e situações de ensino).
Zabala, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F
A função social do
ensino e a concepção sobre os processos de aprendizagem: instrumentos de
análise
1.
A função social do ensino: que finalidade deve
ter o sistema educativo?
Selecionar os melhores para a carreira universitária?
Sistema seletivo e propedêutico? Formar cidadãos e cidadãs, que estão
parcelados em compartimentos estanques, em capacidades isoladas.
De nós, professores, espera-se identificar os fatores que
incidem no crescimento dos alunos, aceitar o papel que podemos ter nesse
crescimento e avaliar se nossa intervenção é coerente com função da escola e de
nossa função social como educadores, assumindo-se ideologicamente.
2.
Os conteúdos de aprendizagem: instrumentos de
explicitação das intenções educativas
Em uma perspectiva restrita, expressam aquilo que deve se
aprender, as matérias, disciplinas clássicas, caracterizando um sentido
estritamente disciplinar e de caráter cognitivo.
Conteúdo – tudo o que se tem aprender para alcançar
determinados objetivos que não apenas abrangem capacidades cognitivas, mas que
incluem as demais capacidades.
Conceituais, procedimentais, atitudinais (COLL, 1986); o que
se deve saber, saber fazer e ser; saber, saber fazer e ser.
3.
Primeira conclusão do conhecimento dos processos
de aprendizagem: a atenção à diversidade
Não é possível ensinar nada sem partir de uma ideia de como
as aprendizagem se produzem
As aprendizagens dependem das características singulares de
cada um dos aprendizes; correspondem às experiências que cada um viveu desde o nascimento;
a forma como se aprende e o ritmo da aprendizagem variam segundo as
capacidades, motivações e interesses de cada um dos meninos e meninas; enfim, a
maneira e forma como se produzem as aprendizagens são o resultado de processos
que são singulares e pessoais.
Atenção à diversidade dos alunos se constitui como o eixo
estruturador.
4.
O construtivismo: concepção sobre como se
produzem os processos de aprendizagem
A estrutura cognitiva está configurada por uma rede de
esquemas de conhecimento.
Ao longo da vida, esses esquemas de conhecimento são
revisados, modificados e se tornam mais complexos e adaptados à realidade, mais
ricos em relações.
A natureza de dos esquemas de conhecimento de um estudante
depende de seu nível de desenvolvimento e dos conhecimentos prévios.
Não basta que os alunos se encontrem frente a conteúdos para
aprender, faz-se necessário que possam atualizar seus esquemas de
conhecimentos, comparar com que é novo, , identificar semelhanças, diferenças,
e integrar a seus esquemas.
Agora, o ensino.
O ensino tem que ajudar a estabelecer tantos vínculos essenciais
e não arbitrários entre os novos conteúdos e os conhecimentos prévios quanto
permita a situação.
A intervenção pedagógica estabelece os parâmetros em que se
pode mover a atividade mental do aluno, passando por movimentos sucessivos de
equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio.
A intervenção pedagógica é concebida como uma ajuda adaptada
ao processo de construção do estudante.
A situação de ensino e aprendizagem também é concebida como
um processo dirigido a superar desafios que possam fazer avançar um pouco mais
além do ponto de partida.
5.
A aprendizagem dos conteúdos segundo sua
tipologia
Todo conteúdo sempre está associado e portanto será aprendido
junto com conteúdos de outra natureza.
As atividades de ensino têm que integrar ao máximo os
conteúdos que se queiram ensinar para incrementar sua significância.
As atividades de aprendizagem são substancialmente diferentes
segundo a natureza do conteúdo.
A forma de propor as atividades de ensino será a que permita
a máxima inter-relação entre diferentes conteúdos
·
A aprendizagem de conteúdos factuais – conhecimento
de fatos, acontecimentos, situações, dados e fenômenos concretos e singulares. A
aprendizagem se relaciona à capacidade de reprodução, e assim sem serem
mobilizados, a tendência é serem esquecidos.
·
A aprendizagem dos conceitos e princípios – Há necessidade
de compreensão, entendimento de significado; requer utilização para a
interpretação, compreensão, exposição de um fenômeno ou situação; capacidade de
situar os fatos, objetos ou situações concretos naquele conceito que os inclui.
A aprendizagem nunca pode ser considerada acabada. Há um verdadeiro processo de
elaboração e construção pessoal do conceito.
·
A aprendizagem de conteúdos procedimentais –
incluem técnicas, métodos, regras, destrezas, habilidades, estratégias,
procedimentos.
Situam-se na linha contínua motor-cognitivo;
no eixo poucas ações/muitas ações; no continuum
algorítmico/heurístico.
A aprendizagem de um procedimento implica:
realização de ações; exercitação múltipla; reflexão sobre a própria atividade;
aplicação a contextos diferenciados
·
A aprendizagem de conteúdos atitudinais –
agrupam conteúdos relacionados à valores, atitudes e normas. Há vinculação
afetiva.
⇨Pensar em uma intervenção pedagógica no sentido do
desenvolvimento de todas as capacidades, de todos os diferentes conteúdos, referenciada
em uma proposta de compreensividade, de formação integral, construtivista, que
atenda a diversidades dos estudantes.
Excelente texto!!
ResponderExcluirTambém adorei o Zabala, um texto necessário.
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