domingo, 20 de outubro de 2019

A maldição do diploma no Brasil

A maldição do diploma no Brasil se relaciona com o trabalho em suas dimensões de dependência, luta e conquista?
A questão se insere na relação educação_trabalho no modelo de Estado desenvolvimentista. No Brasil, país em que os desafios do Estado educador ainda não foram superados. E a educação (pata tod@s)  não se inseriu como valor. "[...] a ligação entre trabalho e educação é realizada, definida, garantida pelo diploma - ou pela ausência dele [...] Esse modelo mudou profundamente a relação com o saber e com a escola. [...] se vai à escola para 'ter um bom emprego mais tarde'. Entra-se para a 'sociedade do conhecimento' com mentes valorizando mais o diploma que o próprio conhecimento [...]" (p.39-40).
A formação e o diploma viraram a maldição dos mais fracos: "quem pouco frequentou a escola ou nela fracassou, quem completou o ensino médio, quem não tem diploma não consegue emprego [...] é excluído da vida social considerada normal" (p.40).

4 comentários:

  1. Esse trecho de fato é muito interessante. Deixamos de ser escravos de outras pessoas para virarmos escravos de um papel. A educação se desvinculou do trabalho, porém o trabalho depende diretamente da "qualificação" que a educação fornece.

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  2. Presos a um papel. Cultura do credencialismo e do bacharelismo. Uma maldição.
    E a Rede Federal com sua história e sua recente expansão podem virar essa tendência.

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  3. Oi, Ana! Estive, recentemente, em um evento chamado Edtech e lá, além de muita tecnologia, muito se discutiu sobre a questão do diploma. Foi dominante a ideia de que conhecimento e competências valem muito mais do que o diploma que as escolas e universidades emitem. Segundo os preletores, em breve, esse valor dado ao diploma acabará e a escola precisará se reinventar, porque o que ainda lhe dá mais força é o status do diploma, se esse status acabar, restará a ela ser mais competente no seu papel primeiro, que sempre deveria predominar, de promover a construção de conhecimento.

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  4. Então, Adriana...
    Essa temática muito me instiga.
    Penso que o reconhecimento de competências consiste em um dos desafios dos sistemas de ensino, especialmente para as instituições especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica. Isso porque, enquanto o tempo passa e os diplomas ainda ocuparem uma posição de destaque, o reconhecimento de competências viabilizaria uma transição mais justa a milhares de estudantes trabalhadores que buscam as instituições de ensino profissionais para uma inserção e um posicionamento mais qualificado no mundo do trabalho.

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